A conhecida cantora Nazaryna Semedo, mãe de dois filhos, tem estado a viver momentos difíceis depois de ela mesma ter descoberto que o seu segundo filho é autista. “Tive conhecimento que o meu filho Eliazer é autista há três ou quatro anos. Comecei a aperceber-me por causa da dificuldade e da ausência da fala, quando ele ainda tinha um ano e qualquer coisa. No começo, ele dizia alguma coisa e depois começou a se perder. Aquilo que é normal as crianças falarem: mamã, papá, dá, ele deixou de falar e depois notei que ele era um miúdo imperativo, quase não falava e parecia mudo, e ficava muito no seu canto,” contou.
“Fui à pediatra e expliquei a situação. Fui eu mesma, mãe, que descobri a situação do meu filho. Depois dos exames, a doutora notou que ele era mesmo imperativo, mas nos exames estava tudo bem e nenhum exame apontou a dificuldade. As médicas diziam que a imperatividade era normal, que tudo ia melhorar e que talvez ele tivesse a língua presa. Todavia, como os exames nada mostravam, ficou complicado, então tive de procurar especialistas, procurei por uma creche que recebia crianças com necessidades especiais para ver se ele se desenvolvesse aí e tive a notícia de que já não tinha vaga. Tive que procurar por um outro especialista e naquele dia ele teve a sua primeira crise. Depois de vários exames, foi concluído que ele tinha autismo do tipo leve.” acrescentou Nazaryna.
“Tive que me reorganizar e conversar com a família para ver se conseguíssemos dar uma vida de melhor qualidade ao Eliazer. Quando ele tinha dois anos, comecei com as terapias, que sãos várias: hidroterapia e outras. Disciplinar um autista não é fácil, já que são pessoas que não gostam de ouvir ʻnãoʼ. Não é fácil lidar com essa situação. No princípio, eu pensei: aí meu Deus! O que faço?! Mas, com a ajuda da minha família e com ajuda de Deus, consegui. Sou uma mulher temente a Deus!” explicou a mãe, que com orgulho disse também que agora o Eliazer já vai à escola. “Agora o Eliazer já está a estudar, mas está a repetir a iniciação. Com ajuda da escola, as terapias e com a organização em casa, estamos a conseguir. No começo foram noites sem dormir. Ele gritava muito, batia com a cabeça na parede, hoje já vai começando a falar e já consegue lidar com a família.” esclareceu a mãe bastante feliz.
“Com essa pandemia, não está fácil, já que ele estava habituado a uma rotina: acordava, ia à escola e fazia as suas coisas. Com a obrigação do confinamento em casa, tivemos que nos readaptar. Hoje, eu e a mana dele, a minha primeira filha, já tratamos o autismo por ʻtuʼ. Não é fácil viver com o autismo em Angola. As terapias são muito caras. Não tem sido fácil, mas com ajuda da família e dos amigos que, directa ou indirectamente me ajudam, temos conseguido dar conta do recado” concluiu.
Bônus
Entre calças e tchuna, o que prefere?
“Não dispenso um bom tchuna, independentemente da ocasião informal uns bons calções, não tão curtos até ao joelho, e um blazer ficam muito top, mas quem me conhece sabe que não dispenso um bom tchuna um bom par de calções. Entre calças ou calções em prefiro um bom tchuna.” (risos).