Viajar entre Luanda e Lisboa está cada vez mais caro, com preços a ultrapassarem a barreira dos milhões de Kwanzas em classe económica. Entre as transportadoras aéreas que ligam as duas capitais, a TAAG é a que tem a tarifa mais cara, com base na consulta feita pelo jornal Expansão, na quarta-feira (25), em cinco companhias que operam a partir do Aeroporto 4 de Fevereiro.
Para uma viagem na primeira semana de Setembro pela TAAG, o passageiro terá de desembolsar mais de 2 milhões de Kwanzas para uma ligação directa. Valor próximo do cobrado pela TAP para o mesmo período. A “culpa” é da Covid-19, que tem limitado os voos entre os países, e também da desvalorização cambial, segundo profissionais do sector.
Se para a primeira semana de Setembro a diferença de preços entre as cinco companhias não é acentuada, o cenário muda se a comparação dos preços é feita na quarta semana do mês. Em Portugal, um bilhete da TAAG chega a custar quase três vezes mais do que algumas companhias que saem de Luanda e “oferecem” Lisboa como destino. A companhia aérea nacional, que registou em 2020 um prejuízo de 372 milhões USD, tem como tarifa mais barata 1.495.222 Kwanzas para uma estadia, no mínimo, de 10 dias.
Fonte da TAAG explicou ao Expansão que os preços estão condicionados pela desvalorização da moeda nacional, já que os preços na aviação são definidos em dólares. “Cada companhia tem a sua base tarifária, mas nós, infelizmente, temos ainda a situação da desvalorização do Kwanza que tem feito disparar o valor do bilhete de passagem. Se convertermos estes preços em dólares, vamos ver que não estão muito distantes dos praticados anteriormente”, disse.
“A outra questão é a pandemia, que tem condicionado as companhias. O número de voos reduziu, mas a procura vai aumentando e isso, de certa forma, também contribui para os preços que são praticados”.
Por: Jones Marcos Canhoca
Fonte: TAAG/ TAP, Jornal Expansão