No meio de uma recessão no sector do luxo, diversas marcas têm vindo a apostar na comida como forma de despertar o apetite pelos seus produtos.
A associação da gastronomia à publicidade de marcas de luxo tornou-se uma estratégia de marketing cada vez mais comum. Trata-se de criar uma experiência sensorial, associando a marca a momentos de prazer, requinte e sofisticação. Esta estratégia abrange desde a utilização de elementos visuais inspirados em alimentos até à criação de produtos e experiências gastronómicas em colaboração com chefs e marcas de prestígio.
Jacquemus e Loewe destacam-se entre as primeiras marcas a utilizar alimentos como manteiga, torradas, tomates e bolo de chocolate nas suas campanhas. Juntaram-se também nomes como Prada, Burberry, Alaïa, Ralph Lauren e Coach, bem como marcas de sapatilhas como Fila e Axel Arigato, todas apostaram numa aproximação mais sensorial e emocional ao consumidor.
Esta tendência surge num momento em que a cultura gastronómica atinge um novo auge. Hoje, seguem-se restaurantes como se fossem celebridades. Conseguir uma reserva especial e registar a imagem perfeita do prato para partilhar nas redes sociais tornou-se tão desejável como adquirir uma mala de luxo.
Segundo o director da agência criativa Chandelier, “A comida tornou-se um símbolo de estatuto.” E acrescenta: “Um sapato ao lado de um molde de gelatina assinala o que todos desejamos: luxo, experiência, sabor e delicadeza, os bons momentos num só.”
No actual contexto de crise do custo de vida, até os alimentos mais simples, como frutas frescas, legumes ou um pão integral artesanal, comunicam luxo, aspiração e autenticidade.