A história das princesas africanas é uma história de resiliência diante da opressão colonizadora e imperialista, que nada tem a ver com a beleza dos filmes e desenhos animados.
Conheça 4 princesas africanas e as suas histórias.
- Akosua Busia, princesa da Família Real de Wenchi (Gana)
Pode ser que reconheça Akosua por tê-la visto como Nettie em “A Cor Púrpura” (1985) ou como Patience em “Lágrimas do Sol” (2003). É que, apesar de ter sangue azul, a ganesa optou por estudar dramaturgia na Central School of Speech and Drama, em Londres, e seguir a carreira de actriz. A sua primeira aparição em um palco foi na Universidade de Oxford, no papel de Julieta em uma montagem de “Romeu e Julieta” – ela era a única negra no elenco, e abocanhou o papel principal.
O título de realeza de Akosua vem do seu pai, Kofi Abrefa Busia, príncipe da Família Real de Wenchi (no território ganês de Ashanti). A busca por mais do que uma coroa, inclusive, parece estar no DNA: mesmo sendo príncipe de uma das regiões mais importantes do país, Kofi seguiu carreira política e foi primeiro-ministro de Gana de 1969 a 1972). E a sua irmã, Abena Busia, seguiu carreira diplomática e é a embaixadora de Gana no Brasil.Akosua tem 51 anos e mora em Londres. Ela continua no showbusiness como escritora, directora e eventualmente actriz, quando é convidada.
2. Elizabeth Bagaaya, princesa do Reino de Toro (Uganda).
Ela é filha de Rukidi III, o rei de Toro entre 1928 e 1965. Por causa de regras antigas que determinavam que homens tinham vantagem na sucessão ao trono, Elizabeth nunca teve chance de ser rainha de Toro, por isso carrega o título de princesa até hoje, aos 81 anos de idade.
Sabendo que nunca colocaria a coroa de rainha na cabeça, Elizabeth decidiu cuidar da vida. Estudou direito na Universidade de Cambridge (Reino Unido) e foi a primeira mulher africana a receber o título oficial de advogada na Inglaterra. Ela também foi modelo nos EUA, uma das primeiras negras agenciadas pela Ford Models.Depois que ficou viúva, em 1986, entrou com tudo na carreira diplomática. Foi embaixadora de Uganda na Alemanha e no Vaticano e atualmente faz parte do corpo diplomático ugandense na Nigéria.
3. Sarah Culberson, princesa da Serra Leoa
A história de Sarah é quase um conto de fadas moderno. Adoptada por um casal dos EUA ainda bebé, ela vivia tranquilamente em West Virginia até 2004, quando foi contactada pela sua família biológica: a família real da tribo Mende, um dos reinos da Serra Leoa.
O “quase” do parágrafo acima se deve ao facto de o país ter sido devastado pela guerra civil e Sarah ter ficado desolada ao conhecer a sua terra natal. Por isso, ela voltou aos EUA e criou em 2005 a Fundação Kposowa, na Califórnia, com o objectivo de angariar fundos para os serra-leoninos. Entre as acções da fundação estão a reconstrução de escolas destruídas pela guerra e o envio de água potável para a população mais necessitada de Serra Leoa.Sarah tem 42 anos e vive nos EUA.
A sua história está relatada com mais detalhes na biografia “A Princess Found: An American Family, an African Chiefdom, and the Daughter Who Connected Them All”, lançado em 2009 e sem versão brasileira.
4. Keisha Omilana, princesa da Nigéria
Norte-americana da Califórnia, nos EUA, Keisha era uma modelo em ascensão quando o príncipe Kunle Omilana, de uma tribo da Nigéria, a conheceu e ficou louco por ela. Depois de ele insistir muito, ela aceitou conhecê-lo melhor e pronto.
Se casaram e são pais de Diran.Apesar do sangue nobre, a família optou por fixar residência em Londres, onde é proprietária da rede de televisão cristã Wonderful-TV.