Os artistas plásticos angolanos estão a viver uma fase de reconhecimento mundial. Vários têm marcados, presença em exposições e eventos internacionais, como as Bienais de São Paulo, Joanesburgo e Veneza e outros ainda estão incluídos em Exposições do MOMA (Museu de Arte Moderna) de Nova Iorque.
Essa ascensão das artes plásticas angolanas para o mundo retrata uma jornada de crescimento e aperfeiçoamento, com a busca de uma identidade única, original às suas raízes e que, ao mesmo tempo, consiga contemplar o seu carácter de múltiplas influências, viagens e misturas. As artes plásticas em Angola estão intimamente ligadas com a evolução histórica do país e da nação, contando com várias influências que ajudaram a criar Angola.
O impacto internacional das artes plásticas angolanas, que reclamam uma consistente e continuada sustentação mecenática, tem levado a vários quadrantes do mundo, nomes consagrados e uma nova geração de criadores, muitos dos quais aclamados, positivamente, pela crítica especializada, tanto angolana como a exercida além-fronteiras.
António Ole, um dos mais prestigiados artistas plásticos angolanos, nasceu em 1951, estudou cultura e cinema afro-americanos na Universidade da Califórnia e no Centro de Estudos Avançados de Cinema e Televisão, American Film Institute, em Los Angeles. Artista versátil, distingue-se pela qualidade da sua fotografia, pelos seus documentários e suas instalações multimédia em larga escala, através das quais explora as texturas da vida em locais urbanos marginais. Os seus filmes,”Trabalhadores Ferroviários” (1975) e “Ritmo do Ngola Ritmos” (1978), examinam o papel do trabalho organizado e da cultura popular na luta pela independência política angolana.
Paulo Kapela é autodidata e começou a pintar em 1960 na Escola Poto-Poto, em Brazzaville, República do Congo. Kapela trabalha em Luanda desde 1989 e possui grande magnitude artística. Apesar de ter vivido grande parte da vida em condições adversas, desde 1995 tem participado de exposições internacionais, inclusive com obra presente na exposição itinerante “África Remix” e com participação em exposições em Londres, Paris e Tóquio.
Francisco Van-Dúnem também é um dos fazedores da arte. Ao longo de 40 anos de carreira, a angolanidade de Van-Dúnem, recorrente fonte de inspiração das suas obras, foi revisitada e reinventada. Em seu processo criativo, o artista mergulha nas raízes profundas de Angola, sem deixar de assumir os contextos da sua época que reflete, interroga e questiona, chamando a atenção para as contradições e flagelos que marcam as realidades sociais e urbanas do mundo actual.
As artes plásticas em Angola passaram por muitas influências desde o colonialismo português até a busca pela angolanidade. Hoje, os artistas plásticos angolanos buscam retratar esse passado mesclado com as exigências e aflições do mundo moderno e globalizado.